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criativo da semana

A busca por trabalhar com audiovisual se iniciou quando eu estava morando em São Paulo, alguns anos depois de ter me mudado de Cuiabá para lá. Na época, trabalhava com vendas e revenda de diversos produtos e como assistente de loja e conheci um curso de Audiovisual no Senac SP no bairro Santo Amaro (SP). Ao entrar nessa graduação foi possível conectar meus interesses por filmes, pela escrita/livros/literatura e pelo contato com as práticas e teorias do audiovisual e do cinema, alimentando também meu desejo de ser pesquisadora e professora, algo que tenho me organizado para.

Mesmo com todos os entraves que o meio audiovisual, dominado por elites seculares-históricas neste país e no mundo, impõe, existem possibilidades de reivindicar e fazer narrativas e imagens e sons fundamentais para transformações políticas e sociais de forma constante. E que marcam a percepção bem como são capazes de desmanchar algumas estruturas desse sistema que a gente vive.

Aos poucos fui me integrando no curso e aprendendo um pouco do modo de fazer audiovisual e cinema e fazendo trabalhos temporários, o que trouxe experiência com diferentes equipes, principalmente, na universidade, na escola livre de cinema de Santo André (SP) e em coletivos. Nesse tempo, colaborei com a edição de vídeo, cinegrafia, direção, assistência de direção, roteiro e arquivista/logger em alguns filmes de curta-metragem e programas de TV. Também participei, com bolsa Cnpq, do Programa de Iniciação Científica, Tecnológica e Artística do Centro Universitário Senac na linha de Cultura Visual, algo que me estimulou muito a fazer essa associação entre audiovisual, pesquisa e educação e pretender que essa oportunidade possa ser acessada dignamente e justa por mais gente que quiser conhecer esse meio e batalhar por mais valorização e políticas públicas que garantam geração de emprego e renda na área, pois muitas vezes é muito difícil se sustentar financeiramente com esse trabalho dada as desigualdades enormes nessa realidade.

Em janeiro de 2020 voltei a morar em Cuiabá, lugar onde nasci e cresci, empenhada em me inscrever em processos seletivos de diferentes áreas até que fui aprovada na seleção de mestrado em estudos da linguagem no Instituto de linguagens da UFMT, onde nos próximos passos vou estar nesta produção científica de modo a problematizar as linguagens audiovisuais e cinematográficas trabalhando junto com muita gente num espaço privilegiado e estratégico e de tantos outros com responsabilidades de agir por mais oportunidade como a que eu estou tendo de fazer audiovisual e pesquisa e de conhecer tanta gente com ações parecidas que estão movimentando diversas percepções por meio de filmes, debates, oficinas, mostras e formações.