André Coruja – Cantautor, Instrumentista e Produtor Cultural
André Coruja é cantautor nascido em Macapá, no Amapá, em 1984. Lugar que os amapaenses chamam, criativamente, de ‘O Meio do Mundo’, uma alusão à localização geográfica, na linha do Equador e referência artística presente em sua obra.
Com apenas 4 meses, mudou-se para Belém e foi lá que cresceu e teve seus primeiros contatos com a música e a literatura. Licenciou-se em Educação Artística com habilitação em Música na Universidade do Estado do Pará. Sua maior vontade de expressão sempre foi a de compor canções. Em 2004, aos 20 anos, foi finalista do Festival Ouremense da Canção, em Ourém-PA e, em 2005, foi selecionado para apresentar a canção “Para Sempre” na Bienal da UNE, em São Paulo, fazendo sua apresentação no Ginásio do Ibirapuera.
Porém, foi como baixista que as primeiras experiências surgiram em 2004, foi um dos fundadores da banda La Pupuña, da qual também foi Produtor Executivo entre 2008 e 2011, conduzindo a banda por turnês nos Estados Unidos e Alemanha, além dos compromissos no Brasil. La Pupuña tocou em festivais independentes em quase todas as regiões do país, com exceção da Região Sul, participou de vários programas de TV de expressão nacional e tocou em palcos sagrados da música brasileira, como o Sesc Pompéia e Auditório Ibirapuera, em São Paulo; Circo Voador e Rio Scenarium, no Rio de Janeiro; RecBeat e Porto Musical, em Recife; carnaval de Olinda e de Salvador; Complexo Cultural Dragão do Mar, em Fortaleza; Festival de Mestres do Mundo, em Limoeiro do Norte, também no Ceará; Teatro Nacional e Sala Funarte “Cássia Eller”, em Brasília; Goiânia Noise, no Martim Cererê, em Goiânia; Lapa Multishow, em Belo Horizonte; Festival Calango, em Cuiabá; Festival Varadouro, em Rio Branco; e muitos palcos no estado do Pará, a exemplo do Festival Se Rasgum.
Em 2005, enquanto membro da banda La Pupuña, André Coruja fundou um home studio chamado “O Meio do Mundo”, no bairro do Tenoné, em Belém, onde morava com a família. Além da banda, bandas como Vinyl Laranja e Madame Saatan gravaram seus álbuns no estúdio. Foi assim que iniciou suas atividades como empreendedor, empresariando o estúdio.
Foi como produtor da banda La Pupuña que André Coruja começou a desenvolver suas atividades de gestor cultural, com articulações com outros artistas, festivais, jornalistas, órgãos públicos.
Em outubro de 2010, André partiu para uma temporada entre o Brasil e a Europa, quando foi para a Áustria. Lá estudou o módulo de melodia do curso de Songwriting da instituição norte-americana Berklee College of Music. Com a banda “Too cold for July”, se apresentou na Áustria e Alemanha e participou da turnê da banda alemã Lucas Cesar Expedition por Portugal, Espanha, França e Itália.
Após isso, seguiu para Munique, Alemanha, onde estudou violão com Prof. Ms. Fabrício Cavalcante e Prof. Ms. Lucas Imbiriba. Com este, formou a dupla Loveless Couchsurfers, em que ambos tocavam músicas autorais pela Alemanha. Em 2012, partiu para Portugal, para estudar Mestrado em Jazz na Universidade de Évora e seguiu viajando pela Europa, fazendo concertos em Portugal, Espanha, Itália e Alemanha.
No período da Europa, a música não foi desenvolvida como atividade profissional.
Em 2014, voltou a viver no Brasil, em Ananindeua e, em seguida, instalou-se em Cáceres-MT para cursar o Mestrado em Linguística na Unemat, fundou “O Meio do Mundo Produções Artísticas” e passou a se dedicar à própria carreira. Desde 2016, reside em Cuiabá. Além da carreira solo, Coruja lidera a banda cuiabana de música amazônica e caribenha “¡Tchá por Dios!” e organizou por um ano o evento intimista “Cantautores MT”, de conteúdo exclusivamente autoral. Já foram mais de trinta edições, com mais de quarenta cantautores participantes.
Seu primeiro disco solo, “Two Trees”, foi produzido em Belém, enquanto o artista ainda cursava o Mestrado e vivia em Cáceres e foi lançado, em 2016, depois da mudança para Cuiabá, com financiamento promovido via financiamento coletivo (Catarse) e pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura Tó Teixeira e Guilherme Paraense, da cidade de Belém.
Em 2018, fez três incursões em Portugal, onde realizou vários shows com as canções de Two Trees. Também formou por lá o projeto de música amazônica e africana Papar ‘n Baba. Estabeleceu parcerias com cantautores e cantautoras locais e se prepara para o lançamento de novos singles com estes artistas.
Durante a pandemia de Covid-19, em 2020, Coruja organizou o planejamento, metodologia, produziu e fez a gestão de duas edições do Ixpia O Festival, um festival online com artistas de Mato Grosso que se apresentaram em lives, durante a pandemia de coronavírus. Foi um significativo movimento artístico ocorrido no estado durante este período.
Ainda durante a pandemia, numa temporada de dois meses em Chapada dos Guimarães para fugir da grande população e possibilidades de aglomeração de Cuiabá, Coruja, que é um ativista principiante da alimentação saudável, vegana e da preservação ambiental, lançou o projeto “Bora Almoçar”, no qual conversava diariamente com artistas de diversas partes do mundo enquanto cozinhava seu almoço, com receitas veganas e ingredientes fáceis de encontrar nas feiras do município. Os temas abordados eram a alimentação e seus impactos na terra, política e, é claro, arte. Os convidados sempre apresentavam canções durante essas lives. O programa não chamava a atenção apenas do público de música. Pessoas que gostam de cozinhar e mesmo cozinheiras profissionais demandaram que André Coruja se apresentasse tocando e cantando, enquanto elas cozinhariam. Dessa forma, surgiu o semanal “Bora Jantar”. A continuidade deste projeto, desta vez com maior aporte musical, foi contemplada pelo edital MT Criativo, através de projeto proposto pelo músico, técnico e produtor musical Ricardo Porto.
Atualmente, trabalha no lançamento de novas canções nas plataformas de streaming. Lançou “Íntimo” em maio e “Lava” em agosto de 2020. O formato de single lhe tem permitido trabalhar com produtores e músicos diferentes. São muitos os planos e projetos para serem postos em prática em 2021. No momento, se dedica aos estudos sobre o novo mercado da música em formato digital, participando de lives, fóruns, eventos, cursos e da Semana Internacional da Música de São Paulo, a maior conferência de música independente do Brasil. O objetivo é compreender como os artistas podem aprender com as novas gerações, os jovens nativos digitais, se reinventar e gerar receitas e administrar seus ganhos nas plataformas digitais, entendendo os processos de sincronização e funcionamento da distribuição dos direitos autorais, além da nova ordem de produção de conteúdo. Estas atividades e o viés de abertura aos novos formatos estimulou a concepção do projeto de uma incubadora de marketing digital para artistas da música, chamada “muito MATO – mtMT”, proposta por André Coruja no edital MT Criativo e contemplada com recursos da Lei Fedral Aldir Blanc para um trabalho de estudo e capacitação de jovens estudantes de várias áreas para desenvolverem projetos de marketing digital que valorizem a individualidade dos artistas, sem priorizar fórmulas pré-definidas, que inibem a capacidade que os seres humanos têm de escreverem sua própria história.
O sustento, neste momento de pandemia, tem ficado nas mãos das aulas online de língua portuguesa e outras línguas estrangeiras, a segunda profissão.
André Coruja – andre@andrecoruja.com – 65 999928160