CRIATIVO DA SEMANA
Criativo da Semana: Mestre Alexandre transforma tradição em oportunidade com a viola de cocho
Com apoio da SECEL, artesão ensina geração após geração a manter viva a cultura mato-grossense

No bairro Jardim Glória II, em Várzea Grande, um quintal simples abriga uma das práticas mais significativas da cultura tradicional do Mato Grosso. É ali que o artesão e mestre da cultura Alexandre Paes de Oliveira, há mais de 10 anos, compartilha seu conhecimento sobre a fabricação da viola de cocho, um instrumento símbolo da identidade pantaneira.
Reconhecido nacionalmente por sua atuação, Mestre Alexandre recebeu em 2021 o Prêmio Rodrigo de Melo Franco de Andrade, concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), e desde então realiza workshops e oficinas ensinando a produção da viola, do ganzá e do mocho.
Tradição que vira negócio
O amor de Alexandre pela viola de cocho começou na infância, por meio do convívio com seu pai, também mestre artesão. Com o tempo, percebeu que poderia transformar esse saber ancestral em uma fonte de renda e sustento. A tradição da viola de cocho remonta ao século XIX, e aparece documentada por viajantes como o cientista alemão Karl von den Steinen, que descreveu seu uso nas festas religiosas do Pantanal, onde se cantava o cururu.
Hoje, Alexandre compartilha o modo de fazer do instrumento com quem se interessa por cultura popular. Sua missão vai além da técnica: é um trabalho de preservação da memória e valorização da identidade do povo mato-grossense.
Como a viola é feita
A produção da viola de cocho é artesanal e exige precisão. O instrumento é talhado em um único tronco de madeira, técnica que dá origem ao nome “cocho”, em referência ao recipiente escavado usado para alimentar animais. Toda a matéria-prima utilizada é típica da região Centro-Oeste. Em 2004, a viola de cocho foi reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro pelo IPHAN, registrada no Livro dos Saberes.
Impacto do apoio da SECEL
Contemplado pelo edital nº 13/2023/SECEL – Viver Cultura – Identidades, com recursos da Lei Paulo Gustavo, o projeto de Mestre Alexandre ganhou ainda mais visibilidade. O edital busca fortalecer projetos culturais com foco em identidade, pertencimento e diversidade.
“Eles são uma chave que abre portas para nós, produtores culturais. É um caminho para nós que vivemos da cultura”, afirma Alexandre, sobre o impacto dos editais e políticas públicas no seu trabalho.
Oficina “Modo de Fazer Viola de Cocho”
Realizadas em seu ateliê, as oficinas mensais promovem rodas de conversa, apresentações musicais e troca de saberes. Para o artesão, esse projeto é a realização de um sonho: ter um espaço onde pudesse ensinar livremente sua arte e reunir pessoas interessadas em manter viva a tradição da viola de cocho.
Dica para quem quer empreender com criatividade
Mestre Alexandre deixa uma mensagem direta para quem deseja viver da arte:
“Se interesse pela cultura do nosso estado. Se você se empenhar, vai ter retorno. Sempre vai haver espaço para criar e ensinar.”
Um exemplo de como a cultura transforma
A trajetória de Mestre Alexandre mostra como a tradição pode ser também ferramenta de transformação social e econômica. Com o incentivo de políticas públicas como as desenvolvidas pela Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (SECEL-MT), histórias como essa ganham espaço, reconhecimento e continuidade, conectando o passado ao presente e inspirando o futuro da economia criativa no Mato Grosso.
Conheça nossos empreendedores criativos:
https://www.instagram.com/_mestre_alexandre/
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“CRIATIVO DA SEMANA”, é produzido pelo programa MT Criativo, projeto que tem por objetivo, divulgar a economia criativa através de quem faz, valorizando os empreendedores criativos e/ou socioculturais de Mato Grosso e suas trajetórias inspiradoras.
PRODUÇÃO MT CRIATIVO
Produção, roteiro, captação de imagens, edição, site e divulgação
- LEONARA SANTANA
- ANA CLARA XAVIER
- SOPHIA CAMPOS
SUPERVISÃO
- KEIKO OKAMURA
Conheça nosso trabalho: