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VOCÊ CONHECE A “blue ECONOMY”?
O conceito foi criado em 1994 pela economista Gunter Pauli e trás a tona um modelo sustentável que tem como objetivo o respeito pelo meio-ambiente e preservação do oceano
Ana Clara Xavier | MT Criativo

Blue Economy, ou Economia Azul surgiu como um modelo sustentável que une crescimento econômico e preservação ambiental, com foco nos oceanos e corpos hídricos. A ideia central é aproveitar os recursos aquáticos de forma responsável, garantindo que o uso do oceano e de ecossistemas costeiros seja economicamente viável e ambientalmente sustentável.
O que é a Blue Economy
A Economia Azul engloba atividades baseadas no oceano e recursos hídricos, como transporte marítimo, pesca, aquicultura, energia renovável (como a eólica offshore), turismo sustentável e serviços ecossistêmicos prestados por mares e rios. Estes serviços incluem, por exemplo, a pesca artesanal, rotas de navegação, regulação de clima e preservação da biodiversidade marinha.
Com a crescente poluição dos ecossistemas aquáticos, torna-se cada vez mais urgente transformar práticas de produção e consumo. A Blue Economy propõe soluções que geram renda, fortalecem comunidades locais e contribuem para a conservação do planeta, mostrando que sustentabilidade e lucro podem caminhar juntos.
Economia Azul no Centro-Oeste
Mesmo longe do litoral, a Economia Azul impacta o Centro-Oeste brasileiro, especialmente em Mato Grosso, onde rios como o Cuiabá sustentam atividades econômicas importantes. Segundo levantamento da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a pesca recreativa no Rio Cuiabá injeta aproximadamente R$7,8 milhões por ano na economia local, enquanto o turismo de pesca movimenta cerca de R$500 milhões anualmente.
A Blue Economy se conecta ainda aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, contribuindo para o uso responsável de recursos naturais, geração de renda e melhoria da qualidade de vida das populações locais.
Além do turismo e da pesca, povos ribeirinhos mantêm seu sustento através do artesanato, como a cerâmica de barro retirada das margens do Rio Cuiabá. A Comunidade Ribeirinha São Gonçalo Beira Rio, por exemplo, preserva sua cultura regional por meio de artesanato, música, dança e gastronomia tradicional, mostrando como economia e patrimônio cultural podem andar juntos.
Dicas para empreendedores que querem atuar na Blue Economy
- Entenda a comunidade local: Pesquise como as pessoas vivem e consomem recursos naturais, quais atividades econômicas já existem e quais necessidades não são atendidas. Isso permite criar produtos e serviços alinhados à realidade e cultura local.
- Aposte em sustentabilidade prática: Invista em processos que gerem impacto ambiental positivo, como uso de materiais recicláveis, energias renováveis ou técnicas de produção que preservam rios e oceanos.
- Valorize saberes tradicionais: Inclua o conhecimento das comunidades ribeirinhas e pesqueiras em seus produtos ou serviços. O artesanato, a pesca artesanal e as práticas culturais são ativos econômicos e culturais valiosos.
- Crie produtos e serviços inovadores: Explore nichos ainda pouco explorados, como ecoturismo sustentável, experiências gastronômicas regionais, plataformas de educação ambiental e produtos que valorizem a biodiversidade local.
- Parcerias estratégicas: Busque colaborações com instituições públicas, ONGs, universidades e empresas ligadas à sustentabilidade, aumentando a credibilidade e o alcance do negócio.
- Marketing consciente e inclusivo: A comunicação deve ser clara, inspiradora e respeitosa, destacando a comunidade como protagonista e evitando estereótipos. Conte histórias reais e mostre os impactos positivos da iniciativa.
- Foque no impacto social e ambiental: Além do lucro, demonstre como sua iniciativa contribui para o fortalecimento da economia local, preservação ambiental e promoção da cultura e identidade das comunidades.
A Blue Economy não é apenas uma oportunidade de negócio, mas uma forma de alinhar desenvolvimento econômico com responsabilidade ambiental e social. Para empreendedores atentos às tendências globais, essa economia representa um caminho de inovação, valorização cultural e sustentabilidade com retorno financeiro.
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SUPERVISÃO
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