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VOCÊ CONHECE A “economia digital”?
Vivemos em um mundo cada vez mais conectado e, nesse cenário, a Economia Digital se apresenta como uma das maiores forças de transformação do século XXI. Esse modelo de negócios não se limita apenas a transações online, mas engloba toda a estrutura que envolve o uso de tecnologias digitais para produção, distribuição e consumo.
Ana Clara Xavier | MT Criativo

O que é a Economia Digital
A Economia Digital se refere a todas as atividades econômicas que utilizam tecnologias de computação digital, como internet, big data, blockchain e inteligência artificial. Na prática, ela está presente no comércio eletrônico, em lojas virtuais, na digitalização de serviços e até na forma que são utilizadas ferramentas de pagamento, como o PIX, que se consolidou como um meio rápido e seguro de transferências no Brasil.
Esse movimento acompanha a realidade de um país cada vez mais conectado: de acordo com a PNAD Contínua: TICs, 89,1% da população brasileira com 10 anos ou mais já está conectada à internet. A região Centro-Oeste lidera esse índice, com 92,1% dos moradores acessando a rede regularmente, o que mostra um ambiente fértil para a expansão de negócios digitais.
Dados sobre a ECONOMIA DIGITAL
Segundo relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), a economia digital está em plena expansão. O número de smartphones vendidos mais que dobrou desde 2010, alcançando 1,2 bilhão de unidades em 2023. A expectativa é de que o número de dispositivos conectados à Internet das Coisas (IoT) chegue a 39 bilhões até 2029, um aumento de 2,5 vezes em relação a 2023.
As vendas globais do comércio eletrônico também registraram crescimento acelerado: entre 2016 e 2022, o setor aumentou quase 60%, atingindo um faturamento de US$27 trilhões.
Por outro lado, esse avanço traz desafios ambientais. A produção de um computador de apenas dois quilos consome cerca de 800 quilos de matéria-prima, enquanto um smartphone demanda aproximadamente 70 quilos em todo o seu ciclo de vida, da fabricação ao descarte. A fase de produção é a mais impactante, responsável por 80% das emissões de gases de efeito estufa dos celulares. Além disso, o lixo eletrônico cresce em ritmo acelerado: entre 2010 e 2022, os resíduos de telas e pequenos equipamentos aumentaram 30%, alcançando 10,5 milhões de toneladas.
A crescente demanda por transmissão e armazenamento de dados também contribui para as emissões globais. Apenas o setor de TIC emitiu entre 0,69 e 1,6 gigatoneladas de CO2 em 2020, o que representa de 1,5% a 3,2% do total mundial. Esse cenário exige soluções conjuntas de governos, empresas e consumidores para tornar o setor mais sustentável.

Economia Digital no Centro-Oeste
O Centro-Oeste tem se destacado como um dos polos mais promissores da transformação digital no Brasil. De acordo com o Connected Smart Cities (CSC) 2025, Brasília é a cidade mais avançada da região em iniciativas digitais, seguida por Goiânia, Campo Grande, Lucas do Rio Verde e Cuiabá. Tangará da Serra também aparece no ranking, o que mostra que Mato Grosso está se consolidando como um espaço fértil para o desenvolvimento da economia digital. É percebida uma grande mudança, já que em 2020 o centro oeste tinha uma participação considerada mínima em comércios online.Na capital mato-grossense, iniciativas como o Start&UP – Baixada Cuiabana, promovido pelo Sebrae/MT, estão fortalecendo a cultura digital. O programa oferece aceleração de negócios, mentorias especializadas, networking e capacitações para empreendedores que buscam inovar e expandir seus projetos no ambiente digital. Esse tipo de iniciativa tem potencial para transformar pequenos negócios locais em referências no mercado online.
Além disso, o crescimento de plataformas de delivery regionais e e-commerces voltados para produtos mato-grossenses, como alimentos típicos e artesanato, também mostra como a digitalização está ampliando o alcance dos negócios e fortalecendo a economia criativa no estado.
Dicas para empreendedores que querem investir na Economia Digital
- Pesquise o território local: entenda como a comunidade utiliza recursos digitais e quais lacunas ainda não estão sendo atendidas.
- Adote práticas sustentáveis: opte por energias limpas, logística eficiente e embalagens ecológicas, reduzindo o impacto ambiental.
- Valorize o regional: transforme saberes locais e produtos típicos em experiências digitais autênticas, como lojas virtuais de artesanato ou agroindústrias.
- Inove nos serviços: explore nichos em ascensão, como cursos online, plataformas de educação, ecoturismo digitalizado ou gastronomia regional com vendas online.
- Crie parcerias estratégicas: conecte-se a universidades, ONGs e instituições de fomento, ampliando a credibilidade do negócio.
- Use marketing consciente: comunique de forma clara, inclusiva e com propósito, destacando impactos reais.
- Foque no impacto social e ambiental: além do lucro, mostre como sua iniciativa contribui para a comunidade e para a preservação ambiental.
A Economia Digital não é apenas uma tendência passageira, mas um caminho de transformação. Ela une tecnologia, inovação e inclusão, ao mesmo tempo em que levanta debates sobre sustentabilidade e consumo responsável. Para empreendedores de Mato Grosso, esse é um terreno fértil que oferece oportunidades reais de crescimento, desde que aliado a práticas conscientes e de impacto positivo.
PRODUÇÃO ARTIGOS
Produção, pesquisa, edição, site e divulgação.
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- ANA CLARA XAVIER
- SOPHIA CAMPOS
SUPERVISÃO
- KEIKO OKAMURA
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